segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

113. Na Janela

De 20111106 Na Janela


Na Janela


Da minha porta eu fotografei... Na janela eu vi que o tempo passou...

Passou tão rápido que eu não consigo pensar em outra coisa, há não ser no tempo que perdi...

Neste momento não tenho mais nítida a minha infância, apenas relampejos...

Neste momento não tenho mais nítida nem mesmo a minha adolescência...

Apenas me vejo hoje, e num ontem bem próximo... Um ontem sofrido e angustiante...

Mas... Parei e agora o que mais consigo ver, nitidamente, sou eu aqui e agora...

E não posso deixar de pensar no que será de mim amanhã...

E vem às lágrimas na face, meus olhos se enchem até eu não enxergar o teclado...

O que será de mim amanhã...

Um medo me toma por um segundo, e meu pensamento se esvai num descontrole.

Sinto-me tomada por uma imensidão de uma solidão própria, como se apenas eu, e mais eu, estivesse ali... Sentada, digitando, sem nada pra dizer ou falar, apenas sentindo...

Mas sentir o que? Se ainda aquele medo me absorve?!

E lembrei que nada tenho que pensar e nada tenho que ouvir ou sentir, apenas parar de pensar... Mas como parar de pensar neste tempo que voa?

Só neste instante em que eu escrevo já se passaram quanto tempo???

Eu queria que meu tempo voltasse que meu tempo parasse...

Queria ser criança novamente pra brincar com meus netos e meu sobrinho, queria que a infância voltasse para as minhas crianças...

Queria voltar à minha adolescência para junto com minha irmã aproveitarmos o tempo que não estávamos juntas...

Eu queria tanta coisa que não posso mais ter... Tudo porque o tempo passou...

E aí eu acordo desse delírio e volto à realidade buscando outro sentimento mais real...

Eu estou aqui, agora, e sou quem sou... E estou feliz...

03/01/2012 RWS


De 20111106 Na Janela