quarta-feira, 6 de abril de 2011

096. CONTINUANDO...NO PROCESSO DA CURA

Hoje acordei e fui na fisioterapia às 9h. Mas já pensando que às 16h eu tinha que estar em Forquilhinhas, na tal da Terapia em Grupo. Nossa...eu iria? ou não??? E o meu propósito traçado lá em 29 de março de 2010?? abandonaria?? JAMAIS!!!

E quando chegou a hora de sair... saí...e lá fui eu... saí de casa e peguei a SC401... Beira Mar... Via Expressa... BR101... e aí, eu que estava injuriada, passei da entrada de Forquilhinhas... então entrei na próxima, mas me dei conta que eu não sabia ir por dentro e sair onde tinha que sair, e resolvi pegar à direita, em um posto de gasolina desativado, e segui em frente...até aí já estava na hora da terapia, mas... segui em frente... me parecia que eu conhecia aquele caminho...e aí, que m...lá estava eu de frente pra BR101 e o viaduto...então voltei, mas pelo mesmo lugar, e aí lá estava eu, perdida...voltei novamente, até o viaduto da BR101, e desta vez passei por debaixo dele e retornei, segui mais à direita e até que enfim consegui entrar onde deveria ter entrado...e aí segui em frente e cheguei no NENL para a terapia...e, no segundo dia, lá estava eu, chegando atrasada novamente, contrariada, mas chegando...

Antes das apresentações e de falarmos da nossa semana, foi questionado se teríamos sentido falta dos trabalhos, da terapia, e se sentimos saudade...e isso ficou me martelando enquanto cada um falava...e eu fui quase a última a me manifestar, eu acho...e pensei, antes de abrir a minha boca, o que eu diria, ou o que eu tinha que dizer, ou ainda, o que eu tinha pra dizer...apenas disse o que pra mim era verdade, a minha verdade...saudade? das pessoas do Grupo? da terapia? Como eu poderia ter saudade de alguma coisa que mal vivenciei? que nem conheço direito? Como sentir saudade de pessoas que ainda nem sei seus nomes? E assim eu me posicionei diante do Grupo...Sem saudades, sem a mínima vontade de ter voltado...e tentei me explicar, ou esclarecer o meu ponto de vista até então, colocando a minha opinião...não que eu não pense que eu possa mudá-la, muito pelo contrário, estou ali por uma decisão minha, por um propósito que tracei, então vamos fazer destas horas, horas produtivas, gostando ou não...

Depois do lanche deitamos todos, a cortina foi fechada e a luz apagada. Uma Facilitadora se posicionou no centro, ficamos sempre formando uma roda, e aí ela começou a ler um texto. Mas antes nos disse que íamos fazer uma visualização. Quando começou a le, eu estava deitada de barriga pra cima e esticada, com uma perna dobrada, e minhas costas doiam muito, ohh coluna, é triste, mas a dor me tira a atenção, tentei me consertar e arrumar um jeitinho pra não doer tanto...e o texto sendo lido, e eu prestava e não prestava atenção...em seguida, atrás da minha cabeça tinha a mesa do lanche, e outra Facilitadora ou outro, não olhei pra trás, começou a guardar o lanche, e mexia em sacos plásticos que faziam barulho...e eu...nada de me concentrar...escutei quando ela falou para visualizar a doença, o câncer, como uma coisa feia, ruim...e visualizar os glóbulos brancos como uma coisa bem boa, que ia enfrentar o ruim...e falou...falou...e eu só de olho no relógio da parede...e comecei a pensar na praia, onde moro, nas caminhadas de fim de tarde quando rezo meu terço e assisto o por do sol...pensava no que estava perdendo lá fora, e não no que eu poderia ganhar ali dentro, naquele momento...e quando acabou a fala, acenderam a luz, abriram as cortinas, e nos deram lápis de cor e uma prancheta com uma folha em branco. E agora? o que era pra fazer com aquela folha? Era pra exteriorizar a visualização, desenhando. Que visualização? ...eu perguntei...e me responderam: do câncer, da doença...mas eu não visualizei nadica de nada...eu disse...e eu não tenho mais o câncer, estou curada... e completei...eu fui até a minha praia ver o por do sol?! Então apenas escrevi na tal folha: "não visualizei nada. Não me concentrei. Não consegui prestar atenção em quase nada... - barulho de plástico - dor nas costas - olhando pro relógio pra hora de ir embora. Não me situei no ambiente. Só pensei na "minha praia" e no por do Sol...caminhei lá..."
Eu ainda não estava entendendo o propósito da visualização...mas esperava esclarecimentos...apesar de eu saber que na verdade, eu mesma vou esclarecer pra mim mesma, entende??? é aprender a dar um sentido de entendimento, para crescer, aprender o controle, o sentido de viver o agora, o momento.

Guardamos nossa folha e a prancheta, e recebemos umas meia dupla folha enroladinha com muito cuidado. A minha tinha amarrado uma fitinha lilás com um lacinho , adoro lilás...era a descrição do meu Anjo, era pra levar e ler em casa...

O ANJO DO DESAPEGO
"O maior ato de desapego é soltar o passado e as preocupações com o futuro e viver no momento presente. Quando fazemos isso concentramos nossa atenção e energia e não nos desvitalizamos com criticas, comparações e julgamentos. O desapego nos libera da culpa e do arrependimento, que são um grande desperdicio de energia. No momento presente, não precisamos possuir ou perder nada.
MINHA VIDA É PERFEITA AQUI E AGORA."

E o meu aprendizado continua...

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